São Paulo (AE) – A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta segunda-feira, Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção brasileira. O treinador italiano de 65 anos chega para a vaga de Dorival Júnior, demitido em março, com a missão de espantar a crise e dar confiança ao combinado nacional de olho na Copa do Mundo de 2026.
“Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro,” afirmou Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF. “O impacto de Ancelotti vai além de resultados; ele é um estrategista que transforma equipes em lendas. O Brasil, com sua tradição única, e Ancelotti, com sua visão revolucionária, formarão uma parceria que vai entrar para a história”, completou Ednaldo.
Ancelotti era o sonho de Ednaldo para o cargo de técnico da seleção. As investidas pelo treinador italiano começaram ainda em 2023. Em julho daquele ano, a CBF anunciou Fernando Diniz, então técnico do Fluminense, como treinador interino do Brasil até a chegada do italiano. Contudo, a contratação não se confirmou e a entidade foi atrás de Dorival, que ficou 14 meses no cargo e foi demitido após goleada por 4 a 1 sofrida para a Argentina.
As conversas por Ancelotti foram retomadas em abril e demandou intensa negociação por parte da CBF. A entidade chegou a receber duas negativas do treinador e viu o Real Madrid dificultar negócio. Com a temporada europeia chegando ao fim, as tratativas evoluíram para um final feliz. A tendência é que o espanhol Xabi Alonso assuma a equipe madrilenha.
No período em que a seleção esteve sem treinador, o diretor executivo Rodrigo Caetano e o gerente de futebol Juan têm viajado para assistir partidas in loco e elaborar relatórios para a próxima convocação. A lista com pré-selecionáveis deve ser enviada até 18 de maio à Fifa, e convocados devem ser chamados até o dia 26.
O Brasil encara o Equador, em 5 de junho, na cidade de Guayaquil, e enfrenta o Paraguai, no dia 10, na Neo Química Arena. A seleção brasileira está na quarta posição da tabela de classificação, com os mesmos 21 pontos de Uruguai, em terceiro, e Paraguai, em quinto. A Colômbia. com 23, é a segunda colocada.
Técnico vira centro das atenções
São Paulo (AE) – O anúncio oficial do italiano Carlo Ancelotti como treinador da seleção brasileira sacudiu o noticiário esportivo e mobilizou os principais veículos de comunicação do planeta.
O diário Marca destacou o fato de o comandante ter sido nomeado antes mesmo do seu desligamento do Real Madrid. Com Xabi Alonso na mira do clube espanhol para as próximas temporadas, a notícia não chegou a causar surpresa. Ainda de acordo com a publicação, nesta terça-feira está agendada uma entrevista e ele deve comentar sobre a sua transferência.
O jornal A Bola, de Portugal, também tratou sobre o assunto. A publicação lembra o longo interesse da CBF no ingresso do profissional para dirigir a seleção brasileira e informa que o treinador será o primeiro estrangeiro a ter o desafio de assumir da equipe nacional masculina.
Acordo
O site The Athletic colocou Ancelotti como um dos treinadores mais vitoriosos do futebol mundial e informou que o italiano já havia chegado a um acordo com a cúpula diretiva do Real Madrid para tratar dos termos da sua saída.
Ainda em cima da notícia do dia sobre a oficialização do novo treinador da seleção brasileira, a Gazzeta dello Sport, da Itália, saiu com a manchete “O maior da história para o maior time do planeta”.
“O técnico que conquistou os cinco principais campeonatos europeus e mais Ligas dos Campeões do que qualquer outro (cinco), vai em busca do cobiçado Hexa, o sexto título de Copa do Mundo que o Brasil busca há mais de 20 anos”.
Seleção quebra um tabu de 60 anos
Carlo Ancelotti entra para uma lista bem curta de estrangeiros que dirigiram o futebol masculino do Brasil. Antes dele, o uruguaio Ramón Platero, o português Joreca e o argentino Filpo Núñez foram os nomes de fora do País que estiveram no cargo.
O último deles foi Núñez, há 60 anos, em 1965, inserido em um contexto muito específico. Na época, ele era treinador do Palmeiras, que, devido à força de seu elenco, foi escolhido para representar a seleção brasileira em duelo com o Uruguai, no jogo de inauguração do Mineirão.
Ou seja, o argentino comandou seus atletas palmeirenses vestidos com a camisa do Brasil. Ao fim da partida, vitória brasileira por 3 a 0, com gols de Rinaldo, Tupãzinho e Germano. Em 1969, Núñez se naturalizou brasileiro.
Também dirigiu a seleção o português Jorge Gomes de Lima, Joreca, em 1944, porém dividia a função com o brasileiro Flávio Costa, conhecido principalmente por seu trabalho no futebol carioca. A parceria durou apenas dois jogos contra o Uruguai, ambos vencidos pelo Brasil – por 6 a 1 e 4 a 0. Em 1945, Costa passou a comandar a equipe sozinho.
Já o primeiro estrangeiro de todos foi o uruguaio Ramón Platero, que também já treinou a seleção do próprio país. Ele fez sucesso treinando o Vasco, por isso treinou a seleção no Sul-Americano de 1925.
O torneio foi disputado em turno e returno, com a participação de Brasil, Argentina e Paraguai. Os brasileiros venceram os dois jogos contra os uruguaios, mas perderam por 4 a 1 e empataram por 2 a 2 nos duelos com os argentinos, que acabaram o campeonato como campeões.
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