Uma sensação de alívio e de felicidade. Foi assim que o jogador Edson Fernando, de 23 anos, descreveu seus sentimentos ao desembarcar no Aeroporto Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante. De volta a Natal ele reencontrou a esposa, família e amigos. O atleta potiguar estava na Ucrânia e teve uma série de dificuldades para sair do país, que está sendo atacado por tropas russas há uma semana. Existe a possibilidade dele ser emprestado para um clube brasileiro.
“Acredito que vou passar uns 3,4 dias aqui em Natal. Vou viajar a São Paulo para ter reunião com meu empresário. O clube já adiantou que há a possibilidade de empréstimo. É o que eu gosto de fazer, então quero voltar a jogar futebol logo para esquecer isso aí", disse o jogador.
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O jogador, que defende as cores do Rukh Liv, equipe da primeira divisão do futebol ucraniano, chegou ao país em meados de janeiro. De lá, chegou a ir à Turquia para um período de pré-temporada. A estreia no campeonato ucraniano aconteceria justamente na semana em que a Rússia ordenou os ataques. A cidade em que Edson estava ficava a cerca de 500 km da capital Kiev.
"É uma sensação de alívio e agradeço a todos que torceram por nós. Graças a Deus conseguimos sair de lá daquele momento difícil. Só sabe quem estava lá", disse o jogador, que relatou a preocupação da mãe. “Minha mãe sem guerra fica preocupada, imagine com a guerra", disse.
Edson passou cinco dias tentando sair da Ucrânia para voltar ao Brasil e alega que, ao lado dos companheiros, quase pensou em desistir. O jogador passou quatro dias na fronteira da Ucrânia com a Polônia, tendo feito parte do percurso a pé. Ele foi resgatado graças a ajuda de uma brasileira, Clara, voluntária que auxiliou outros brasileiros a deixarem a Ucrânia em direção à Hungria.
A mãe de Edson, Tarciane Pinheiro, 50 anos, também relatou o alívio por ver o filho de novo em casa. A comemoração, inclusive, foi fazer o prato preferido do jogador, que é creme de galinha com arroz. “Momento de muita felicidade em revê-lo. Estava muito preocupada, cada dia que passava era mais angustiante, mas foi um alívio”, comemorou a mãe, emocionada após abraçar o filho.
“Passei a semana sem conseguir trabalhar, chorando direto. Foi muito ruim para mim. Eu, como pai, passei a semana todinha sofrendo. Graças a Deus, agora estou muito feliz”, declarou o pai, Edson Gomes.
Aos 23 anos, Edson vive o sonho de sua primeira experiência no futebol internacional. Apesar da cidade do Lviv estar distante da capital Kiev, o potiguar tentou deixar o país desde a última quinta-feira (24), quando teve início a invasão russa ao país. O jogador só teve êxito nas tentativas no domingo (28), quando conseguiu cruzar a fronteira com a Hungria pela cidade de Zahony.
"Foram muitas tentativas frustradas de passar pela fronteira. Nunca pensamos em passar por isso. Deus deu muita força para ele para que ele não desistisse", afirmou a esposa do jogador, Ysadora de Abreu. Desde que chegou na Hungria, Edson, um companheiro de equipe e sua namorada ficaram em uma cidade menor do país no último domingo (28) e se dirigiram para a capital Budapeste. De lá, seguiram para Frankfurt, na Alemanha, de onde foram para Guarulhos e, por fim, Natal.
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